Porque confio III
A relação entre o Outro eu com os outros tem algo de muito curioso: A reciprocidade.
A mímica é natural. É inato. E inconsciente!
Se sorrir recebo um sorriso de volta. É assim tão simples. Voluntário ou não, tudo o que é bom terá, regra geral, uma resposta agradável. Claro que isto depende da empatia envolvente, mas uma não depende exclusivamente da outra. Ou seja, a resposta não depende só da empatia.
A consciência de si permite brincar com isto. A reciprocidade tem truque... e em vez de pensar no bom, gosto de reparar no mau. Se alguém assume um comportamento negativo? A resposta é necessariamente negativa?
Com ou sem empatia, a negatividade na comunicação tem dois caminhos a seguir: ou sobe até explodir ou, face a uma resposta bem disposta, anula-se.
A questão de fundo que coloco é: Quem é reciproco a quem?
A importância disto permite compreender onde começa o truque.
Se eu mentir, é natural concluir que estou sujeito levar com falsas verdades. Talvez a obsessão seja minha. Talvez!
Não gosto que me mintam, por conseguinte, não minto. Não gosto de segredos, não gosto de ocultar o que é objectivo ou de importância relevante para mim. Com a reciprocidade, observo que consigo manter verdades. Se for verdadeiro, terei a verdade como resposta.
Sinto-me bem por saber que não vivo em realidades paralelas.
... é talvez por isto que confio! Odeio a mentira. Odeio a desconfiança. A partir do momento em que assumo as minhas responsabilidades, em que respondo por elas sem medo, não tolero que sejam diferentes em relação a mim. E isto faz de mim a pessoa mais idiota à face da terra. Eu sei que sou. Felizmente tenho noção desta parte, apenas custa ter noção do outro lado da verdade: A falsa verdade.
A reciprocidade é curiosa. E então... Porque confio?