Andam... ou andaram a fazer uma triste figura?
Não me considero bom escritor! Não acho que escreva mal, mas sei que não sou um exemplo maior na escrita. Talvez para alguns, mas isso é-me irrelevante.
Gosto de escrever, admito. Mais que escrever, gosto de comunicar e trocar impressões, debater assuntos. Discutir de forma mordaz.
Acima de tudo, adoro o uso de bom português. Respiro a escrita correcta e faço um esforço para que não tenha surpresas infelizes naquilo que escrevo.
Por outras palavras. Tenho orgulho na língua portuguesa.
Posto isto, prossigo: sempre evitei expor-me numa perspectiva opinativa político-social. Embora seja amante da discussão e temas com base em política me sejam particularmente saborosos debater, nunca tive vontade expressa de o fazer aqui, no meu blog.
Mas este assunto tem tudo a ver e resulta numa promoção do artigo e, em última análise, do que está em causa.
Não quero dramatizar, mas se fosse poeta diria que temo pela amputação da minha alma.
Cada vez que oiço falar sobre o acordo ortográfico de 1990, a comichão que sinto ferir o orgulho não me é indiferente. Não quero discutir se o acordo é legítimo ou não, se é uma consequência evolutiva, ou se prestigia ou não a língua.
Apenas, quero, manifestar o meu pesar.
Porque não me sinto confortável, porque não é a mesma coisa que mudar de moeda ou aceitar uma constituição Europeia. Simplesmente quero manifestar o meu pesar.
O artigo, que me levou a escrever este post, é da autoria do Dr. Vasco Graça Moura, publicado no DN de 21 de Novembro de 2007 – e pode ser lido aqui. É só mais um, eu sei! Mas talvez o “só” seja facultativo. E em boa verdade o acordo coloca em causa muito mais que uma questão de estética, cultura ou elo emocional às palavras. Coloca em causa a língua Portuguesa. A sua escrita e a sua dicção.
Lamentável.