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sexta-feira, 1 de junho de 2007

O Eu, o meu Eu e o outro Eu

AlfmaniaK

Sou uma só pessoa. Tal como toda a gente tenho um Eu que, supostamente, é comum em todas as situações. Mas tal não se verifica, dependendo do grupo, do género, da intimidade, do histórico o Eu que me caracteriza parece ser diferente. Poderei definir o diferente como estados de espírito, sendo nuns casos o Eu alegre, o Eu divertido, o Eu conversador, o Eu parvo, o Eu chato, o Eu informático, o Eu, o Eu, o Eu, etc...

Recentemente, num grupo onde prevalece o Eu bem disposto e divertido, verifico que me sinto só. O que sinto não era novo, e coexistia com os vários Eus que identifico, portanto comecei a pensar: Se “sentir-me só” é de facto um estado de espírito, e prevalece sobre os outros, o que são estes últimos senão apenas um reflexo do ambiente em que me encontro? A reflexão levou-me a identificar-me e reconhecer o Eu que há em mim.
Apenas um Eu seria mentira, o normal é dizer-se que há dois... e outros vão mais longe e identificam vários como citei acima. Num processo de simplificação verbal constatei que tenho claramente três Eus. Que coabitam seja em que circunstância for, e com quem quer que seja. Então vejamos a minha identidade, e que qualquer um possui em traços semelhantes:

O Outro Eu
Este será o Eu pelo qual todos avaliam se gostam ou não de mim. É o Eu visto por vocês. Considero que nas relações, este é o Eu pelo qual as pessoas se apaixonam. Ou odeiam.

O Meu Eu
Este é o Eu egoísta. Todos nós somos incondicionalmente egoístas. Da boca para fora podemos ser muita coisa, mas na hora H este é o Eu que manda. Este é o que decide sim ou sopas. É a força interior. O que nos dá pujança e que se está a “cagar” literalmente para o resto.

E finalmente, o Eu
Este é o Eu que nós conhecemos de nós próprios. É este o Eu com que crescemos, vivemos e morremos. Existe num estado oculto, escondemos dos outros este Eu. Alguns lá conseguem vê-lo, diria que esses são as pessoas ditas especiais na vida.

Para distinguir os Eus atribuí-lhes os meus nomes, assim: o Outro Eu é o Afonso que todos conhecem; O Meu Eu será o Ego invejoso, ciumento, e claro está, egoísta; E finalmente o Eu: AlfmaniaK.
Chamo este último de AlfmaniaK porque é com este nome que identifico tudo o que me fez, tudo o que faço porque eu quero. Porque foi assim que cresci e aprendi a pensar, a ver o mundo.

Se me senti só, foi este AlfmaniaK que se sentiu perdido... Ela que, melhor que ninguém, deveria saber lê-lo, saber encontrá-lo, saber falar com ele... abandonou-o. Sinto-me sózinho.
Sou uma pessoa só.

10 comentários:

Anónimo disse...

Olá AlfmaniaK. Gostei imenso deste post e de tantos EU, não sabia que eras tanta gente numa só. Ela não te abandonou, ela está à espera do teu EU que habitualmente és. Não quer dar o braço a torcer quanto a isso. Aprecio o Outro Eu ou o Outro Tu.

AlfmaniaK disse...

Mau_Feitio
Eu sei que ela não me abandonou, mas há uma parte de mim que ela ignora, que ela não quer ver... tu sabes do que falo.

Pipokka disse...

tantos Eu's!? é bom reconheceres-te assim. Sabes olhar no espelho e isso é bom!

Jokinhas

Ka_Ka disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Esta é a tal história do Alter Ego, não é? Todos temos um outro eu, tu tens vários. Acho que tens razão, eu dividia-me pelo menos em 4 Eu's distintos. A questão é termos a sinceridade de reconhecer que não temos uma só cara. E nem todas agradam a toda a gente.

Inês Almeida Lima disse...

Acho que temos uma só cara, mas essa cara tem várias expressões.
Eu sou uma, e o que me faz ser uma é a junção de várias peças (tipo puzzle).

AlfmaniaK disse...

Pipokka
Obrigado. Isso enche-me o Ego.

Kanoff
Grato pela visita, eliminei o comentário por não ficar bem estéticamente... nada pessoal.
(para os curiosos era uma cena toda bonita a desejar bom fim de semana)

Cigana
Bem... fiquei muito curioso por esses 4 Eus distintos. A sério que não imagino mais do que estes 3. Terás que me contar isso :)

Inês
Identificar a forma das peças é o princípio para se saber fazer o puzzle...

Anónimo disse...

O que somos é o conjunto de todos os "Eus". Quando alguém nos ama, tem que ser com todos esses pedaços de "Eu". Temos coisas boas e coisas menos boas. Porque ninguém é perfeito e porque necessitamos de nos adaptar uns aos outros. Através da aprendizagem que fazemos das pessoas de quem gostamos, aprendemos também a ser tolerantes e aceitar a pessoa como ela é. Mas existem épocas escuras na vida. Felizmente, passam, se ambas as pessoas assim o desejareme para isso lutarem.

Leonor Veloso disse...

Espero que não te sintas tão só agora... mas de facto estes "eus" fragmentados e vistos à lupa são muito interessantes! E por vezes é difícil esconder algum "Eu" em certos momentos e com certas pessoas. Há pessoas que nos adivinham, outras que nos exibem ou escondem e outras mesmo que nos ignoram... mais um desafio: despertar (in)consciências.

Unknown disse...

Oh Eu que faz anos, Parabens!